A fraude em mensagens de texto está a aumentar em todo o mundo à medida que aumenta a utilização de smartphones, representando um desafio para as autoridades e companhias telefônicas reunidas no Mobile World Congress (MWC) em Barcelona. O que é “fraude”? O termo “scam” é uma combinação de SMS (mensagem de texto) e “phishing” (fraude online), um tipo de fraude cometida através de mensagens de texto, denominada “smishing”, e alegadamente ligada a organizações como bancos, plataformas de entrega ao domicílio ou autoridades aduaneiras.
Tal como acontece com o “phishing” via e-mail, as vítimas são solicitadas a clicar num link ou ligar para um número de telefone por um motivo aparentemente urgente: para resolver um problema de pagamento, confirmar o recebimento de um pacote ou pagar uma multa.
O objetivo é “fazer com que as vítimas compartilhem informações pessoais, cliquem em links maliciosos ou baixem programas ou aplicativos nocivos”, explicou à AFP Stuart Jones, da empresa norte-americana de segurança cibernética Proofpoint.
De acordo com o ITW Global Leaders Forum, uma rede de líderes da indústria de telecomunicações, estas fraudes por mensagens de texto estão ligadas a emoções como o medo ou a curiosidade e têm impacto tanto nas empresas como nos indivíduos.
Quais são suas extensões?
Nos últimos anos, especialmente desde a pandemia de Covid-19, as “fraudes de mensagens de texto” tornaram-se comuns à medida que aumentou o uso de telemóveis para procedimentos administrativos e compras online.
De acordo com um estudo realizado em 10 países pelo Mobile Ecosystem Forum (MEF), outra associação profissional da indústria de telecomunicações, 39% dos consumidores encontraram pelo menos uma tentativa de fraude por SMS no último ano.
“Isso se tornou um problema muito sério em todo o mundo”, disse Janet Lin, da empresa taiwanesa de segurança cibernética PINTrust, ao discutir o assunto no MWC.
Segundo a empresa, ocorrem entre 300 mil e 400 mil ataques por mensagens de texto todos os dias e espera-se que essas fraudes cibernéticas aumentem.
De acordo com a Federal Trade Commission (FTC), só nos Estados Unidos, os “cibergolpes” custaram aos consumidores aproximadamente US$ 330 milhões (R$ 1,7 bilhão na época) em 2022, mais que o dobro do ano anterior.
Por que isso é preocupante?
Os golpes por mensagem de texto são considerados mais perigosos do que os golpes por e-mail porque as vítimas geralmente acreditam que há uma agência ou empresa real por trás deles.
Jones disse que “muitas pessoas têm altos níveis de confiança na segurança de suas comunicações por telefone celular”, o que resultou na exposição a “oito vezes mais fraudes” do que e-mail.
As autoridades também destacaram a crescente sofisticação dos ataques, com os atacantes recorrendo por vezes a empresas especializadas na venda de dados pessoais.
Nos últimos meses, vários suspeitos de crimes foram detidos por possuírem equipamento de vigilância ultrassofisticado que pode interceptar comunicações e conectar dados num raio de 500 metros.
Como pode ser combatido?
Diante do problema, diversos países criaram números de denúncia para que as pessoas possam transferir SMS suspeitos, permitindo que as autoridades bloqueiem estes números.
Preocupadas com sua imagem, as companhias telefônicas também criaram equipes especializadas em filtrar alguns dos SMS fraudulentos.
O problema persistente é que os golpistas mudam constantemente de número. Por isso, especialistas alertam que uma das chaves para combater a fraude cibernética é a prevenção, especialmente entre o público em geral.
“Os consumidores devem ter muito cuidado” e “nunca clicar em links” que chegam por mensagem de texto, “por mais realistas que forem”, insiste Jones.
O post Fraude por SMS, uma dor de cabeça para empresas e autoridades publicado no site ISTOÉ DINHEIRO.
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